ADITIVOS ALIMENTARES
HIPERATIVIDADE
Sabia que os aditivos utilizados na alimentação podem causar Hiperatividade, e défice de atenção? Há produtos alimentares que deve cortar aos seus filhos já!
Ao longo dos tempos, a nossa alimentação foi sofrendo alterações quer na produção quer no armazenamento a par com a necessidade de alimentar a população mundial que foi crescendo desmesuradamente. A indústria alimentar focou-se no desenvolvimento de comida rápida, fast food, alimentos processados e ultra processados. A tecnologia aplicada pela indústria alimentar também mudou, e a utilização de aditivos com o intuito de aumentar o tempo de vida útil destes produtos disparou!
Os aditivos alimentares são regulamentados na União Europeia por diretivas, as quais impõem que cada aditivo deve ser submetido a testes de toxicidade com a finalidade de estabelecer um nível de exposição associado a um risco aceitável, a Dose Diária Admissível (DDA), assim como os limites máximos de utilização (LMU) nos diferentes géneros alimentícios. A sua autorização e utilização têm sido objeto de regulamentação na União Europeia (UE), a fim de proteger a saúde dos consumidores e garantir a livre circulação dos géneros alimentícios na EU (Comissão das Comunidades Europeias, 2006). Os efeitos tóxicos dos vários aditivos alimentares têm sido documentados pelo Comité Conjunto de Peritos da FAO/OMS para os Aditivos Alimentares (JECFA).
Não existe informação clara, por isso fica sem saber o quanto de química ingere diariamente, só em aditivos alimentares, já não falo dos agroquímicos. No site da ASAE pode consultar a lista dos aditivos utilizados e quais as doenças/distúrbios que causam.
Existe legislação que regulamenta as dosagens permitidas e dosagens perigosas para a saúde humana. A avaliação dos aditivos alimentares no âmbito mundial é baseada no controlo das IDA (Ingestão Diária Aceitável), desenvolvida pelo Comité de Especialistas em Aditivos Alimentares da Organização Mundial da Saúde (OMS)/Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), mas será que é cumprida? Há fiscalização? Se você souber a dosagem que pode consumir de um determinado aditivo até provocar uma reação, tem como mensurar? Sabe em que alimentos se escondem e respetiva quantidade? Sabe quanto você ou os seus filhos ingerem ao longo do dia? Ainda, que interações podem ter estes aditivos com os medicamentos que toma? Que interações podem ter aditivos com outros aditivos? Inegavelmente, o uso dessas substâncias e seus efeitos deletérios devem considerar também a frequência com que os aditivos são consumidos, assim como sua quantidade por kg/peso. Impossível!
Diversos estudos apontam reações adversas, reações tóxicas no metabolismo desencadeantes de alergias, reações de alterações no comportamento em geral, e mesmo carcinogenicidade a longo prazo.
As crianças apresentam maior suscetibilidade às reações adversas provocadas pelos aditivos alimentares, não só devido à imaturidade fisiológica, que prejudica o metabolismo e a excreção dessas substâncias, mas também porque não têm capacidade cognitiva para controlar o consumo regular. As guloseimas são o pior, principalmente as coloridas, os corantes artificiais que muitas contêm pertencem ao grupo Azo, um derivado nitroso reconhecido como uma substância capaz de causar reações alérgicas como asma e urticária. Quanto à hiperatividade e défice de atenção, um estudo realizado por Boris & Mandel (1994) mostrou o papel dos corantes e conservantes artificiais no aparecimento do transtorno do déficit de atenção (TDA) e hiperatividade. Através de uma dieta de exclusão, os sintomas desapareceram. (Ver mais em https://www.scielo.br/j/csp/a/XVPR6xTdLqhnRvhCsfqrjRz/?lang=pt#)
Entre os corantes considerados responsáveis por alterações no comportamento humano destacam-se: tartrazina, amaranto, vermelho ponceau, eritrosina, caramelo amoniacal. No que se refere aos conservantes, os derivados do ácido benzoico e os ácidos sulfídrico e sulfito podem induzir à hiperatividade. Os antioxidantes sintéticos também são considerados fatores de risco para o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade.
Na Europa, a tartrazina (E102) foi uma das “Southampton Six”, um conjunto de corantes sintéticos estudados pela Universidade de Southampton em 2007. Embora a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar tenha considerado a substância segura, na UE os produtos alimentícios e bebidas que contêm tartrazina devem apresentar no rótulo o aviso: “pode causar efeitos adversos na atividade e na capacidade de atenção de crianças”!! Afinal é seguro…ou pode causar??
ALGUNS ALIMENTOS QUE CONTÊM A TARTRAZINA (E 102):
As bebidas mais banais que você conhece e costuma mandar para o lanche do seu filho, sumos engarrafados ou em pacote. Tudo o que é muito colorido, as bebidas energéticas, sumos em pó para diluir na água, chás em saquetas, caldos de galinha e caldos de carne, cereais matinais coloridos, geleias de uva, bolinhos empacotados, pudins prontos, gelatinas de tangerina, limão, laranja, abacaxi, uva, gomas coloridas…enfim, tudo o que contenha corantes, todas as cores são ruins, mas a amarela e a vermelha batem os recordes da malvadez!
No site da ASAE pode ler o seguinte sobre a Tartarazina: “E 102-Tartrazina (C. I. 19 140); corante amarelo de natureza azoica, obtido por síntese, afim das anilinas; certas pessoas particularmente sensíveis, nomeadamente as asmáticas e as intolerantes à aspirina, são afetadas pelos corantes azoicos, apresentando manifestações de urticária, rinites, alterações da visão e problemas respiratórios; outro grupo suscetível a estes corantes é o das crianças com a síndrome de hiperatividade, que sofrem frequentemente de eczemas e asma.”
Outros aditivos que provocam reações semelhantes, também referidos no mesmo site; E 104; E110; E122; E123; E124; E127; E128; todos apresentam a mesma informação …”reações alérgicas semelhantes às referidas para o E 102” (Ver mais em: https://www.asae.gov.pt/seguranca-alimentar/aditivos-alimentares/aditivos-alimentares-mais-relevantes.aspx)
Devido a estas reações, a Tartrazina (E 102) está a ser substituída por diversas alternativas vegetais, como urucum, betacarotenos e curcuma, que também coloram igualmente e apresentam propriedades terapêuticas.
Ainda a ter em conta é a relação entre misturas de aditivos como referi em cima. Em 2007 foi publicado um estudo (Estudo de Southampton) que sugere uma relação entre o consumo de misturas de determinados corantes alimentares com o conservante benzoato de sódio e o comportamento e a hiperatividade em crianças.
O benzoato de sódio pode ser encontrado em alimentos como picles, molhos, geleias e sumos de frutas. Os alimentos que contêm vinagre, tais como molhos de salada, tipicamente contêm níveis muito elevados de benzoato de sódio. Também muitas marcas de elixir para bochechar na lavagem de dentes o utilizam, quanto disto o seu filho engole?
Então; se o seu filho se alimenta à base de bolos ou bolachas empacotadas, cereais comerciais cheios de cores, iogurtes, gelatinas comerciais pré-feitas, se ao almoço há o hábito de cozinhar com caldos de aves, molhos pré feitos, acompanha com um sumo solúvel ou outro de pacote e arremata com um pudim pré-feito… já nem menciono as guloseimas que as crianças comem durante o dia! Gomas, batatas fritas e outros snacks, enfim…
A solução passa por substituir todos estes alimentos por opções naturais. Faça uma gelatina vegetal, pode utilizar Agar Agar e colocar polpa de fruta. Faça as bolachas, bolos e panquecas em casa, com farinhas integrais e biológicas, as gomas podem ser feitas com a gelatina diminuindo a quantidade de água para 1/3. Habitue-os a água aromatizada em vez dos sumos, água com limão ou polpa de outra fruta, hortelã, pau de canela, amoras, gengibre, assim tira partido de uma bebida com propriedades terapêuticas. Também pode fazer chás frios tipo IceTea. Cozinhe o mais natural possível, utilize alimentos limpos, ervas aromáticas, legumes e rebentos, verá que não precisa dos caldos de carne ou aves! Se o seu filho gosta de snacks faça barras de cereais integrais com tâmaras, passas de uvas e frutos secos. Também pode desidratar fruta, faz um snack ótimo. Os tremoços também são um snack nutritivo altamente proteico.
Faça mudanças e veja a diferença, verá que não é tão difícil assim! Pela saúde do seu filho!
Por Sandra Eloi
Graduada em Práticas Clínicas Naturopáticas
Expert em Nutrição Aplicada à Clínica
Nutrition Coach de Alto Rendimento
Diretora Executiva SIISDET
CP n.º 0300440 | CP n.º 0400363
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