Cultivado pelo Astecas no México, e pelos Maias, na América Central, muito antes da chegada dos colonizadores espanhóis, o cacau era considerado pela civilização Maia uma dádiva dos Deuses aos homens. O seu cultivo era sempre acompanhado de rituais religiosos.

Crê-se que esse facto influenciou o botânico sueco Carolus Linneu (1707 – 1778), que denominou a planta com o nome latim Theobroma cacao, chamando-o assim de “manjar dos deuses”. Reza a história que foi Cristovão Colombo quem descobriu o cacau e o trouxe pela primeira vez para a Europa numa
das suas viagens ao Novo Mundo, por volta de 1502. Regressou com sementes de cacau para o rei Fernando II, mas no meio de tantas riquezas não lhes foi dada
qualquer importância. Em 1519, Hernando Cortez descobriu o cacau durante as suas conquistas (e barbaridades e ganância) no México; no entanto, os espanhóis
não gostaram muito da mistura que era preparada com o cacau. Mas perceberam o valor da semente como moeda de troca e em nome da coroa espanhola começaram as plantações de cacau no México.
Mais tarde, começaram a juntar-lhe açúcar e a tomar a bebida quente. Com o decorrer dos anos, a novidade foi-se espalhando pelo resto da Europa, e mais tarde, em 1755, entrou nos Estados Unidos.
A verdadeira revolução do chocolate aconteceu quando os holandeses desenvolveram uma prensa hidráulica que pela primeira vez permitia a extração, de um
lado, da manteiga de cacau e de outro da massa, de cacau. Em pouco tempo, a Espanha perdeu o monopólio do cacau para a Inglaterra, França, Holanda, etc.

Propriedades:
O cacau é considerado um nutracêutico, ou seja, um alimento com propriedades benéficas para a saúde.
É a maior fonte de Magnésio do planeta, um mineral alcalino que é vital para o ser humano, desempenhando um papel estrutural importante ao nível ósseo, das
membranas celulares e dos cromossomas.
Este mineral está envolvido em mais de 300 reações metabólicas essenciais ao nosso organismo, cumprindo um papel muito importante no controlo da tensão
arterial, como vasodilatador. A deficiência desde mineral leva a: perda significativa do cálcio, batimento cardíaco irregular, confusão, perda do apetite, náuseas, contrações e espasmos musculares, fadiga e estados de fraqueza em geral.
Rico também em Ferro (mantém o sangue saudável), Crómio (regula o açúcar no sangue), Manganésio (juntamente com o ferro, oxigena o sangue e forma
a hemoglobina), Zinco (importante para a saúde do fígado, sistema imunitário, pancreas, fluidos sexuais e pele), Cobre (imunidade) Vitamina C (antioxidante)
Ómega 6, Anandamida (a endorfima da felicidade), L-triptofano (um dos aminoácidos essenciais da alimentação), Serotonina (neurotransmissor responsável pelo bem-estar), Fibra dietética, flavonóides, fitoquímicos e um super antioxidante, entre muitos outros.

Sabia que o cacau cru é o alimento com o maior poder antioxidante do planeta?
Todos estes ingredientes se mantêm no cacau no seu estado puro, não tostado.
Quando é tostado, perdem-se as suas propriedades, como é o caso da vitamina C que é totalmente destruída, ou do Ómega 6, que quando cozinhado se
transforma numa gordura trans ou hidrogenada, logo extremamente tóxica para o organismo humano.
Sendo um dos alimentos mais completos que existe, o seu poder nutricional é enorme. Com a chegada do tempo frio, é o alimento perfeito para dar energia,
calor e acima de tudo boa disposição, que tão necessária é nos dias de hoje.
Desfrute, mas lembre-se, use cacau de qualidade!

Artigo de autoria de Isabel Serra