“A ferida é o lugar por onde a Luz entra em ti.” 

Rumi

Vamos crescendo sendo levados a acreditar que somos senhores e donos do nosso livre-arbítrio. Ou seja, que somos proprietários responsáveis e conscientes das nossas escolhas, decisões, atitudes, comportamentos…

Mas talvez não seja bem assim.

 

Na verdade somos movidos por muitas forças interiores ligadas a experiências e vivências desde que vamos ganhando vida no ventre de um outro ser humano a que chamamos mãe.

Para além dessas experiências e vivências, toda a nossa educação ao nível dos princípios, valores, regras, normas, directivas ou proibições vai também formatando esse processo de tomada de decisões – na maior parte das vezes sem termos consciência.

Desta forma vamos avançando na vida com a ilusão de que somos possuidores de uma liberdade para tomar decisões e fazer escolhas, mas estamos a ser constantemente condicionados por todo esse manancial de informação do qual temos pouca consciência e memória.

Assim, para tomarmos as rédeas da nossa vida teremos de nos dar a conhecer primeiro tudo aquilo que inconscientemente nos condiciona. Porque dificilmente nos iremos libertar de algo que não sabemos que nos aprisiona.

Nesse sentido de mais consciência e liberdade, o que fazer?

A busca do autoconhecimento abre-nos esse caminho de maior consciência de nós próprios. No entanto, essa aventura pode começar de muitas formas e pelas mais diversas vertentes de nós próprios.

Poderemos começar pelas nossas limitações, receios, medos, inseguranças. Poderemos seguir a pista dos nossos sonhos, desejos ou vontade.

Ou podemos seguir as pistas das nossas feridas emocionais.

Vários caminhos podem ser seguidos.

Um que habitualmente nos obriga a trabalhar esse autoconhecimento e que nos leva a procurar ajuda é o caminho das nossas feridas emocionais.

Identificá-las, compreendê-las, limpá-las, curá-las e fechar essas feridas é um processo que nos leva a um mais profundo conhecimento de nós próprios.

Um caminho que nos traz mais luz sobre nós próprios.

Esta poderá ser uma forma de nos iniciarmos nesse caminho do autoconhecimento que nos ajuda a entendermo-nos a nós próprios,  incluindo as nossas forças, fraquezas, valores, crenças, objectivos e metas. E quando nos conhecemos melhor a nós próprios, podemos tomar decisões mais assertivas, lidar melhor com as emoções, estabelecer relacionamentos mais saudáveis e alcançar os nossos objetivos de forma mais eficaz.

 

Porquê o autoconhecimento?

Melhora as tomadas de decisão: Quando nos conhecemos melhor a nós próprios, podemos identificar as nossas forças e fraquezas, bem como os nossos valores e crenças. Isso pode ajudar-nos a tomar decisões mais assertivas e mais alinhadas com os nossos objetivos.

Inteligência emocional: Quando entendemos as nossas emoções, podemos lidar com elas de forma mais saudável. Isso ajuda-nos a alterar a nossa reactividade evitando comportamentos impulsivos ou destrutivos.

Relacionamentos: Quando nos conhecemos, podemos relacionar-nos com os outros de forma mais autêntica e saudável, construindo relacionamentos mais fortes e duradouros.

Ajuda a alcançar os objetivos: Quando conhecemos as nossas inseguranças e limitações podemos abrir de forma mais eficaz um caminho para os nossos objetivos, podemos desenvolver estratégias para alcançá-los. Isso ajuda-nos a ser mais motivados e disciplinados.

O autoconhecimento é um processo contínuo que requer dedicação e esforço. No entanto, é um processo que vale a pena, pois pode ajudar-nos a viver uma vida mais plena e realizada.

 

Outras formas de trabalho do autoconhecimento

MEDITAÇÃO

A meditação é uma prática que nos ajuda a conectar-nos com a nossa mente e corpo. Ela pode  ajudar-nos a desenvolver a atenção plena, a compreensão das nossas emoções e a aceitação de nós mesmos.

ESCREVER 

É importante ir escrevendo, tomando notas sobre as nossas experiências, pensamentos e sentimentos. Esse registo pode ir ajudando a um melhor entendimento de nós e a desenvolver uma maior consciência das nossas emoções.

SONHOS 

Os sonhos podem fornecer informações importantes sobre os nossos pensamentos, sentimentos e desejos inconscientes. Esses sonhos podem ajudar-nos também a entender melhor a nós mesmos e a tomar decisões mais acertadas.

COM AJUDA PROFISSIONAL 

Olhar para dentro, para quem não está habituado a fazê-lo, pode ser algo inquietante ou perturbador – uma vez que podem surgir memórias associadas a emoções e sentimentos menos tranquilos.

Poderá ser mais seguro e mais eficaz fazer essa exploração em conjunto com um terapeuta.

Uma vez iniciado este caminho de autoconhecimento, podem surgir etapas inquietantes e perturbadoras. Mas o grande objectivo desta aventura interna será sempre uma maior liberdade emocional, com comportamentos menos condicionados pelo nosso passado e com uma menor reactividade.

É uma aventura que valerá sempre a pena começar.

 

Por Mário Rui Santos

Hipnoterapeuta

Formador da Hypnos/SPHM

Presidente da Associação-Grupo Português 

de Hipnose e Motivação 

www.Hipnose.pro | www.Hipnoterapia.pro | www.Hipno.pt

*a pedido do autor, este texto não segue as normas do acordo ortográfico

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