ASMA | Um breve olhar sob a perspectiva da Medicina Tradicional Chinesa

O panorama nacional

A asma é uma doença relativamente comum em Portugal. 

Os números mais recentes revelam que cerca de 700 000 portugueses padecem desta doença. Cerca de 175 000 serão crianças e jovens. Estima-se também que cerca de metade não terão a doença controlada. 

O estudo “Custo da Asma na Criança” (CASCA) revelou que se gastam anualmente cerca de 40 milhões de euros em urgências não programadas com crianças e jovens.

Caracterização segundo a medicina convencional

A asma é caracterizada como sendo uma inflamação difusa das vias respiratórias desencadeada por diversos estímulos. Os gatilhos mais comuns são:

• Factores alergénicos ambientais e ocupacionais

• Infecções

• Exercício físico

• Inalação e substâncias irritantes

• Emoção

• Refluxo gastroesofágico

A asma é ainda classificada segundo a sua gravidade:

• Intermitente

• Persistente leve

• Persistente moderada

• Persistente grave

E também quanto ao nível de controlo da doença:

• Controlada

• Não controlada

• Descontrolada 

A forma mais comum de controlo da doença é feita através da inalação de broncodilatadores e corticoides.

A sua incidência não tem parado de aumentar.

A perspectiva da Medicina Tradicional Chinesa

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) encara esta doença de uma perspectiva muito diferente, a energética. Segundo esta abordagem, as doenças são classificadas de duas formas: plenitudes ou vazios (de energia). Assim, a MTC divide a asma em dois grupos: um refere-se aos casos agudos (plenitudes energéticas) e outra aos crónicos (vazios energéticos).

Os casos agudos têm na sua origem um ataque de Frio ou Calor. Já os crónicos são classificados como sendo de origem hepática, cardíaca, esplénica ou renal.

Tanto a asma de origem hepática como a de origem cardíaca têm na sua génese uma insuficiência de Yin do Rim que num dos casos desencadeia o exacerbamento da actividade energética do Fígado e no outro caso, do Coração. Estes casos caracterizam-se por secura no Pulmão. Já a Asma de origem esplénica tem, na sua origem, uma deficiência do Yang do Rim, que também é a causa da Asma de origem renal, mas mais pronunciada uma vez que essa insuficiência atinge também a função energética do Baço. Nestes casos, observa-se uma abundância de muco no Pulmão, geralmente transparente ou esbranquiçado e bastante fluído.

Centrando este artigo na Asma de carácter crónico, muito embora a Acupunctura e a Fitoterapia Chinesa possam ajudar no controlo e reversão da patologia, um factor muito importante para este objectivo, e talvez o mais negligenciado, é o da alimentação.